sábado, 3 de setembro de 2016

O PIOR

pior: esqueço o futuro no mergulho
a lugar algum do passado e me revejo
fantasma em mim mesmo na repetição
insana dos erros cometidos. irreconhecível
no plano abjurado das serpentes agouro
o destino de quem me diz cliente e sócio.
ócio indeterminado na autoridade ilusória
em que me enredo: sou o pagador da conta
em irrisório acessório: troco desconsiderado
no volume do desgosto em que não me sinto.
inibo. arranco do outro o direito na fera solta
contra o obstáculo. a dor reconforta o tolo
no todo abstraído da memória: a escória
aplaude o gesto e me despreza.

(Pedro Du Bois, inédito)

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