quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

TÂNIA na leitura de Waldemar José Solha


Pedro, Tânia,

Acabo de ler a bela série de poemas criada pelo amor entre vocês. Do total de versos grifados me resultou um dos mais altos cantos de um homem a uma mulher:

Trazes no corpo
Emoldurado espírito.
Trazes no íntimo a luz
E a chama.
Iluminas e queimas trajetórias: levas
O incêndio ao clarão da rua. Agitas
O silêncio.
Ao passado concedes
A tentativa de ser permanência.
Sabes sair
E chegar: ouvir e escutar
E falar.
Transtornas
A irrealidade
Em fato consumado.
Sabes.
Sabes discernir o certo e o escuro.
Determinada em acontecimentos
Não diriges a obra. Deixas que seja
Construída ao sabor
Do vento
No relento.
Consomes o interesse
E o frio,
És a improbabilidade
Da ausência,
E o esforço
Desconcerta o alvoroço
Com que te quero.
O tom te eleva
Ao infinito
E o horizonte
Recoloca palavras
Em tua boca.
Trazes a filha
Que traz as filhas.
Na totalidade em que te divides
Demonstras o azul e o verde
O céu e o mar
A água.
És o todo
O pouco
A parte.
És partida
E a permanência grita teu nome.

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