domingo, 27 de dezembro de 2015

A MORTE INSANA

Não vê a morte violenta
pedra na fragmentação da bomba
no tiro desfechado na flecha
da palavra dita em mentira

presente ouve o sibilar
do dardo no bote da serpente
a traição do ausente.
A morte não avistada estrela
nua na escura espera
de contratempos: pedra arremessada
o ódio concentrado transborda.
A morte estreita passagem do frio
sobre o corpo no fim onde a lembrança
se instala: longe tiros trocam vidas.

(Pedro Du Bois, em A AUSÊNCIA INCONSENTIDA, edição do autor, 2005)

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