sábado, 15 de agosto de 2015

RANGER

O ranger da cadeira sob o peso
do corpo entregue ao peso prisão
no peso transposto em preces
de montanhas e esperas
pelo peso redigido no texto
apagado ao escutar o canto idôneo
do pássaro de barro

o ranger da cadeira no movimento
com que busco a posição confortável

o peso desconsiderado do remorso
no ato impraticável da permissão
paterna na conclusão ilusória
dos fantasmas além do sonho
no peso desfigurado futuro
entreaberto através da porta.

no ranger da cadeira descubro o som
imaginário (que não houve) e o silêncio
adotado como regra após certa idade.

(Pedro Du Bois, inédito)

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