quinta-feira, 30 de julho de 2015

NÃO


Não há raiva no que escrevo:
telas abstratas desconstroem
símbolos de dias vividos.
Não há ódio no que digo:
palavras impronunciadas
no encontro anterior do corpo
encostado ao todo esperançoso.
Nem ecoam silêncios noturnos
de cegos morcegos esvoaçantes
radares desfeitos em espaços.

Não há a presença  da besta
no ataque em que a presa
sabe sente e consente
na estupidez dos intervalos
erráticos em que se transforma.

(Pedro Du Bois, inédito, desde Paris)

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