quinta-feira, 4 de junho de 2015

COMPETIÇÕES

Ao vencedor dedicam hinos
de reconhecimento: os demais
aguardam a próxima competição

ao paciente escorrem horas de assistência
em que busca resistência e renovação
em luzes (sendo) apagadas

ao candidato ao título
oferecem pugnas emblemáticas
em fenecidos sonhos na regularidade
ultrapassada dos limites ordenados

ao oportunista a hora é de decisões
no se infiltrar em defesas carismáticas
de hordas inimigas acostumadas
em combates inerentes ao perigo

ao vencedor restam ecos das lembranças
em que derrotas são esquecidas rapidamente
pelo ofertado à glória efêmera

ao consciente cabem ofertas inigualáveis
no recuo de virtudes ao descalabro
no transformar corpos em máquinas
exógenas à raça humana

ao atrasado sobra lembrar
o instante da partida onde todos
se alinham na mesma hora

a agonia se apresenta na fatalidade
em que pontos são convertidos
em negações e lágrimas

ao aparente luzes são únicas
validades no estar em faixas
abertas ao mundo no representar
motivos para se dizer aparente
e ausente no tempo decorrido
entre partidas e chegadas

ao vencedor agradecimentos
em vozes embargadas na crença futura
do resolvido e atenuado na chegada

as travessuras infantis no uniforme
envergado com orgulho por ser a certeza
veloz no passo da vontade apontada

ao transeunte tanto faz ir ou ficar
junto ao sinal luminoso na determinação
do passo dos atrasos e das encostas

ao amaldiçoado apurado em química
irrealista das instâncias dos pecados
a repetição do material coletado aprova
e aponta a direção errônea dos entraves

as coerções pelo corpo desenvolvidas
calculam a obtenção do máximo rendimento
na destruição de trastes desaproveitados

ao vencedor dizem da frieza compulsiva
a nortear olhos fixados em fitas de chegada
em pesos e piruetas a que se obrigam
corpos castigados

ao amainado espírito sobram passeios
entre jogos e o olhar onde repousa
a moça inerte em resultados

a efetividade recomposta ao voltar
para casa: medalhas em altares
recobertos de fotografias e cartazes

ao carregador cabe usufruir
uniformes velhos e rasgados
e dar fim aos sapatos no limite
dos desgastes das passadas

ao perdedor repetições indicam
a necessidade de se sentir integrante
da homenagem ao desfilar em carro
aberto por avenidas isentas
de responsabilidades e prazeres

ao vencedor residem dúvidas em continuar
na pugna ao retornar à realidade na incerteza
de quando mostram a hora do reconhecimento
e da renovação do contrato.

(Pedro Du Bois, inédito)

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