terça-feira, 19 de março de 2013

PREGUIÇA

Apenas olha como se em volta flutuasse a vida
não mexe o corpo o músculo atrofia no esgar
do sorriso inerme olhos fechados sente o dia
chegada a hora desconsidera o compromisso
vence no langor do quarto desarrumado
as razões do mundo utilitário desconsidera
o aviso onde preso o relógio escondido
tem as mãos sobre a mesa e a espera
na resistência e na distância está fora
dentro os avisos se multiplicam a porta
se abre no chamado está virado para o outro
lado onde pode pensar o futuro cansado
lar não constituído em regras descumpridas
cede aos encantos no sono repete o sonho
o braço pende sobre a cabeça não escuta
a sirene despertando a rua e alguém pensa
depressa atravessa a rua e o esquece.

(Pedro Du Bois, inédito)

Nenhum comentário:

Postar um comentário